sábado, 27 de setembro de 2008

Workshop Carlos Ebert



A principalidade da visão entre os sentidos é reconhecida universalmente e sua expansão parece não conhecer limite. Um volume cada vez maior de informação e conhecimento encontra na imagem seu principal veículo, o que faz com que os mecanismos de percepção e cognição da visão humana ocupem uma posição central em vários campos do conhecimento como física, fisiologia, psicologia, pedagogia etc.

Novas técnicas dse mapeamento da atividade cerebral como a PET (tomografia por emissão de pósitrons), e a REM (ressonância magnética), mostram que a visão ativa simultaneamente várias regiões do cérebro, e que esta atividade supera em volume, intensidade e complexidade qualquer outra que venha a ser desencadeada pelos demais sentidos.

A luz visível, que representa uma porção relativamente pequena do spectro total da radiação eletromagnética (1/70), é o veículo da visão. Assim, para compreeender a cadeia de eventos associados a visão, começaremos nosso seminário investigando a natureza da luz e de suas interações com a matéria. Essa abordagem inclui noções de óptica física e geométrica, radiometria, fotometria, etc.

Do outro lado, na recepção da luz pelo olho e em seu trajeto até o cortex visual, investigaremos como se dá a conversão da luz em impulsos elétricos, como estes são decodificados e de que maneirasua informação é integrada com as provenientes dos demais centros nervosos associados às memórias, para produzir o conhecimento visual.

As origens da representação gráfica, primeiramente pela linha, depois pelo volume com o sombreado, e mais além pelas perspectivas, perde-se na origem dos tempo. Na matriz greco-romana que funda nossa cultura, a lenda que explica a origem do desenho, conta a história de Dibutade, uma jovem que na iminência da partida do amante para a guerra, traça com carvão o contorno da sua sombra numa parede para reter consigo a imagem do amado.

A partir daí evoluiremos pelas representações bidimensonais (desenho, gravura, pintura etc), até chegarmos a fotografia, técnica que massificou a representação pela imagem.

A investigação do efeito fi, que faz com que percebamos uma sequencia de imagens fixas exibidas em sequencia como imagens em movimento, abre a abordagem da cinematografia, técnica que passa do suporte foto-químico, para o eletrônico analógico e depois para o digital, para chegar em nossos dias ao 3D e a cinematografia holográfica.

O desenvolvimento da informática a partir do final do Séc XX, e sua associação subsequente com as técnicas preexistentes de representação de imagem, vem provocando um crescimento exponencial na informação visual, o que torna desejável um sentido crítico e analítico, que permita selecionar o que de mais significante, pertinente e inovador circula nessa torrente. Esse é o objetivo central desse seminário.

Carlos Ebert, ABC

Currículo completo com hiperlinks em


(reproduzido do material de divulgação do workshop)
http://www.luscofusco.com.br/luz.html